A Microsoft não vê necessidade de lançar um Xbox Series X Pro, considerando que o preço de um modelo mais potente não seria justificado.
A mais recente campanha de marketing do Xbox para as festas de fim de ano destaca a flexibilidade de jogar títulos da plataforma sem a necessidade de um console físico. O slogan da campanha, “Este é um Xbox”, mostra a versatilidade da marca, incluindo dispositivos como laptops, smartphones, headsets de realidade virtual e outros aparelhos agnósticos de plataforma. No entanto, mesmo reforçando a mensagem de “jogar em qualquer lugar”, a Microsoft continua comprometida com a produção de novos consoles Xbox no futuro. E, ao contrário da Sony, que lançou o PS5 Pro como um modelo intermediário de “meia geração”, a empresa optou por não seguir esse caminho.
Phil Spencer, CEO da Microsoft Gaming, afirmou em entrevista à Rolling Stone:
“Certamente faremos mais consoles no futuro, além de outros dispositivos”. Embora a declaração não seja surpreendente, ela vem logo após o anúncio de Indiana Jones and the Great Circle, um dos principais exclusivos do Xbox para este fim de ano, que terá uma versão para PS5 lançada alguns meses depois. Esse movimento multiplataforma gerou questionamentos entre os fãs sobre o futuro do Xbox, especialmente quando Spencer afirma que “não há linha vermelha” quando se trata de levar jogos de estúdios próprios para consoles concorrentes, como o próximo Halo.
Sarah Bond, presidente do Xbox, já havia sugerido que o próximo console da Microsoft representaria o “maior salto técnico” já visto em uma geração de consoles. E, nesta semana, Spencer confirmou que a empresa está desenvolvendo um dispositivo portátil dedicado a jogos no PC, embora ele ainda leve alguns anos para ser lançado. Leaks anteriores indicaram que um novo console Xbox pode chegar no final de 2026, e, embora os planos possam ser alterados, parece que a Microsoft continua focada no hardware para os próximos 5 a 10 anos, mesmo que o sucesso desses dispositivos não dependa exclusivamente de franquias como The Elder Scrolls e Gears of War.
Sobre a ausência de um refresh de meio de geração.
Diferente do ciclo anterior, quando o Xbox Series X e o PS4 Pro se enfrentaram diretamente, o PS5 Pro foi lançado este ano sem concorrência direta. Spencer explicou que, desta vez, as melhorias oferecidas por um refresh de meio de geração não seriam suficientes para justificar o custo. “Pensamos em hardware que possa criar um valor único para nossos jogadores ou criadores na nossa plataforma”, disse à Rolling Stone. “Não precisamos de atualizações incrementais só para nosso próprio benefício.”
Ele continuou: “Será que um novo dispositivo realmente oferece uma experiência única na tela de alguma forma? Isso é bem diferente dos velhos tempos, quando passamos do Xbox original para o 360, de definição padrão para alta definição. Hoje, é mais difícil demonstrar esses benefícios.” Spencer também afirmou à Bloomberg que a Microsoft não pretende expandir o mercado com consoles de $1.000. “Não vamos crescer o mercado com consoles caros demais”, declarou.
Essas críticas ao PS5 Pro surgem em meio a debates sobre se o console mais caro da Sony realmente oferece benefícios significativos, considerando que as melhorias são limitadas a resoluções ligeiramente mais altas e taxas de quadros mais rápidas. Embora especialistas e entusiastas do hardware elogiando o dispositivo por aprimorar jogos como Final Fantasy VII Rebirth, outros observam que, em condições como a distância da tela ou o brilho do ambiente, essas atualizações são quase imperceptíveis.
A questão que surge agora é:
Se a Sony tem dificuldades para justificar o custo de um console que oferece uma melhoria marginal em relação ao modelo original, como será possível para a Microsoft realizar o “maior salto técnico já visto” em um Xbox, mantendo-o acessível? A resposta pode estar nas áreas de aprendizado de máquina, IA generativa e computação em nuvem – tecnologias nas quais a Microsoft está investindo pesadamente e que podem ser a chave para entregar uma experiência única e inovadora sem elevar os custos a níveis proibitivos.